Saturday, June 03, 2006

Coleguinhas presidentes

O jovem tenente teve de vir ao Rio de Janeiro para enfrentar processo na temida Justiça Militar por, juntamente com colegas de caserna, ter participado de uma ação revolucionária frustrada pelas autoridades vigentes. Orgulhoso demais para pedir socorro ao pai, decidiu virar-se escrevendo colaborações para o jornal O Imparcial. Paralelamente, achou que poderia tirar um trocado extra contando aos moradores da minúscula Taquari, onde nascera, como era a vida de um rapaz de 23 anos na capital federal. Tornou-se titular da coluna Coisas do Rio, em O Taquariense. Acabou inocentado do processo ao fim de um ano e retornou à vida militar.

O nome do jovem tenente?

Arthur da Costa e Silva.

Já na escola secundária, no Liceu, o menino mostrava vocação para a carreira jornalística. Editava o jornal Folha do Estudante. Aos 17, passou num concurso e tornou-se repórter do jornal O Imparcial. Depois de dois anos barra-pesada fazendo cobertura policial, passou a editor do suplemento cultural do jornal, intitulado Letras e Artes. Fundou uma revista chamada A Ilha, trabalhou como redator no Jornal do Dia, Combate, Jornal do Povo, O Estado do Maranhão e colaborou com o Diário de Pernambuco, Correio do Ceará e nas revistas Clã, Ilha, Região e Ceará. Aos 22, publicou seu primeiro livro e candidatou-se a deputado federal. Ficou como suplente, assumindo quando o titular da vaga morreu. Alternou as colaborações com o Jornal do Brasil e as revistas Senhor e O Cruzeiro, até começar a lecionar Direito, no qual se formara. Eleito deputado, abandonou de vez a carreira promissora no jornalismo para se dedicar exclusivamente à política. Continuou escrevendo livros, no entanto, que lhe valeram uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.

O nome do menino?

José de Ribamar de Araújo Costa, o José Sarney.

O jovem herdeiro de um dos magnatas das comunicações do Nordeste veio morar no Rio de Janeiro para aprender um pouco sobre a vida na cidade que já era não mais a capital federal, mais ainda assim mantinha-se a principal metrópole do País. Os altos contatos de Papai renderam-lhe uma vaguinha no Jornal do Brasil, durante um de nossos períodos ditatoriais militares. Pela idade, 20 anos, e total falta de experiência em jornalismo, ficou como estagiário, mas chegou a assinar reportagens - coisa que era geralmente reservada aos profissionais. Sentiu um pouco da emoção da rua e Cansou rápido, durou apenas três meses. Saiu para se preparar para o seria a missão de sua vida, que cumpriu dois anos depois: assumir os negócios do pai, seu Arnon.

O nome do jovem herdeiro?

Fernando Affonso Collor de Mello.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home