Thursday, April 26, 2007

O que explica muita coisa...

A Fanta foi criada na Alemanha, em plena Segunda Guerra, pelo representante local da Coca-Cola Company, para compensar a perda de vendas resultando dos boatos de que a empresa seria de propriedade de judeus. Parece teoria da conspiração, difícil de acreditar? Mas não é nenhum segredo.

A Coca-Cola decidiu, no ano passado, fazer um concurso para recriar as propagandas da Coca-Cola no III Reich. Quando foram explicar pros participantes o contexto da brincadeira (http://www.mtcp.co.uk/coca-cola/background.php), tem escrito lá no meio:

"Coke financially supported the Nazis by advertising within Nazi newspapers, in one instance Coke published responses to accusations from rival bottlers that they were a Jewish company. These denunciations were placed in Nazi rags."

Em "A Fórmula Secreta", do jornalista Rick Allen (Editora Objetiva, 1994, excelente leitura), há uma versão minuciosamente narrada do episódio. Allen conta que começou a circular entre esses engarrafadores rivais cópia de um balanço financeiro escrito com caracteres hebraicos. Provavelmente foi obra de um contador judeu qualquer do departamento financeiro, mas o papel foi usado como prova de que a Coca-Cola era judaica até as raízes de coca e de kola.

Max Keith, o CEO da empresa na Alemanha, foi pressionado diversas vezes a admitir nos cargos de direção integrantes do alto escalão do gabinete de Hitler. Negou-se todas e foi perseguido. Na sede da Coca-Cola nos EUA, em Plum Street, Atlanta, os funcionários graduados todos achavam que Keith estava colaborando com os nazistas, o que poderia se tornar embaraçoso para a imagem mundial da companhia.

Quando Hitler caiu, mandaram uma comissão lá investigar o que ele andava fazendo, com vistas a demiti-lo. Os investigadores voltaram com os dados que mostravam que Keith além de não sucumbir às pressões, criou a Fanta para contornar a queda de receita advinda da histeria anti-judaica. O pré-julgamento de Keith fora equivocado, reconheceram os executivos, que forjaram a historinha segundo a qual a falta de matéria-prima para o xarope teria levado Keith a produzir a Fanta, que na época nem tinha gosto de laranja ou uva.

Tanto que com a entrada dos EUA na Guerra, o presidente da empresa, Robert Woodruff, obteve do general Eisenhower permissão para instalar fábricas de Coca-cola em diversas frentes de batalha. Eisenhower, não por acaso, sempre era visto com uma Coca-Cola na mão. Isso tudo foi parte de uma campanha intensa da COca-Cola Company para grudar a sua imagem ao esforço de guerra e escapar de uma restrição fenomenal nas quotas de açúcar que teriam direito para produzir o xarope.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Finalmente um texto novo!!!!!

8:03 AM  

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